No dia 13 de maio de 1888, a Lei Áurea foi estabelecida, mas sem a responsabilidade pela segurança e pela reinserção social da população, deixando-os abandonados a própria sorte e exacerbando a discriminação racial.

A população liberta passou a ser uma população altamente vulnerável e vivia sob a perspectiva de uma precarização do trabalho de forma geral.

O Brasil carrega consigo as consequências de sua raiz histórica, o que somado aos aspectos socioeconômicos, resulta até hoje em padrões de exploração que se reproduzem no meio rural e urbano.

A escravidão conforme era retratada naquela época pode ter tido fim perante assinatura da Lei Áurea, mas até os dias de hoje, muitos trabalhadores vivem sob ameaça de cativeiro e em condições análogas à escravidão, sendo essa escravidão em diferentes formas daquela.
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Os relatos daquele tempo apontam muita resistência e luta por parte das mulheres, que fugiam na busca pela liberdade de si mesmas e de seus filhos. Essa é uma realidade que ainda afeta muitas mulheres.

Nos últimos anos, fiscais e Auditores Federais do Trabalho, resgataram meninas e mulheres grávidas em diversos Estados do Brasil, sendo que grande parte desses resgates, foi de meninas menor de idade, que sofriam abusos sexuais, eram vítimas de trabalho análogo à escravidão, sofriam abusos verbais e físicos e não recebiam salário.

Em 2021, a Divisão de Fiscalização para a Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), vinculada à Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), divulgou estudo mostrando que 10,42% dos resgates de trabalhadores em situação de trabalho análogo ao escravo estavam relacionados a mulheres. Desses 10% de mulheres escravizadas, quantas delas foram impedidas de exercer o papel de mãe? Quantas mulheres, ao longo da história, estiveram grávidas e não puderam, de fato, ser mães?

Quantas mulheres, por estarem em situação de alta vulnerabilidade e serem mães, acabam estando mais expostas a condições degradantes de trabalho ou exploração?

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